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Entrevista com Trommer, DJ e Produtor gaúcho residente da Sunset Sessions
abril 04, 2016portalundergroundbrasil@gmail.com
Entrevistamos o gaúcho de Santa Maria Germano Trommer aka Trommer, DJ e produtor que está cada vez mais em destaque na cena eletrônica underground da região. Residente da Sunset Sessions em Santa Maria, ele acaba de lançar um EP pela gravadora alemã Plusquam Records. Confira a entrevista:
Em 2010, 2011 eu procurei alguns cursos para fazer de discotecagem, e me interessei bastante no DJ College do D-Edge (SP) e no da AIMEC (POA) de DJ, porém só em 2012 que fui conseguir realizar o curso, pelo fato de ter servido o quartel em 2011. Dois dias depois que eu terminei o meu compromisso com o exército brasileiro, ‘aleluia', me mudei por um tempo para Porto Alegre e fiz o curso, daí em diante só foi. Que angústia horrível passar o ano de 2011 inteiro na ansiedade para fazer o curso e, ter tempo para me dedicar naquilo que eu tanto queria.
O que te levou a querer ser DJ?
Bom, eu sempre tive um pé na música eletrônica, meu pai foi DJ quando jovem (no tempo que só existia toca disco), e ele sempre foi uma influência para mim, pois escutava bastante rock e disco, e quando a gente viajava ele colocava alguns cds com muita música eletrônica das antigas, e uma coisa leva a outra e eu me apaixonei por música eletrônica. Em 2007, 2008 eu conheci um site da Pionner onde tinha milhares de rádios online, comecei a escutar umas rádios inglesas, se eu não me engano, e foi ali que eu conheci o minimal, depois disso, a curiosidade foi aumentando e eu comecei a frequentar raves e algumas festas de música eletrônica que aconteciam na cidade. Nisso, eu sempre ficava observando o que os djs faziam com os aparelhos e sempre tentava fuçar quando me deixavam, foi aí que eu me interessei e descobri que eu precisava aprender a tocar, eu era fissurado por tudo aquilo.
Como foram as primeiras festas que tocou?
Foram bem difíceis, pra ser bem sincero. Lembro como se fosse ontem quando peguei um ônibus para ir tocar na minha primeira gig, com uma mochila, um fone e um case bem simples cheio de cds (ps: nessa primeira gig, os caras da organização erraram o meu nome e a minha foto no flyer, foi bem engraçado kk até hoje os meus amigos dão risada disso), era uma mistura de ansiedade, nervosismo e muito medo de bater panela. As primeiras gigs eram super pequenas, toquei em alguns bares, coquetéis, em uma loja de roupas que tinha na cidade, em um salão de beleza também, e até teve um caso em específico, que a festa que eu ia tocar tinha uma estrutura para suportar umas 5 mil pessoas, e foram umas 30 pessoas na festa, no máximo, que situação. Na época, quando eu comecei a tocar ninguém entendia muito o que era som conceitual. No início eu não tive muito apoio, a galera estranhava os sets que eu postava nas minhas redes sociais, e eu sempre carregava comigo um cd com os meus sets, mas o pessoal não curtia muito e sempre colocava em uma rádio pra escutar no fim das contas. Eu também não tinha muitos amigos que gostavam, foi daí que eu conheci a turma da Sunset, que na época, a primeira edição não tinha acontecido ainda, e depois disso as coisas foram acontecendo mais naturalmente. Lembro também do primeiro after da Sunset, foi insano, e o feedback da pista no momento do meu set foi super positivo. A minha segunda, ou terceira gig foi na Sunset Sessions, fiz o warm up para o Lookalike, foi bem legal. Também, depois de alguns acontecimentos na nossa querida SM, as festas deram uma acalmada, e depois de um tempo surgiu a PVT. A PVT, foi sem dúvida o lugar onde eu mais mostrei o meu trabalho, foi ali que a galera de SM me conheceu mais…. sem mentira, toquei em 80% das festas que rolava lá na época, a pista sempre foi muito pra cima e a galera aceitava e ainda aceita super bem o som cabeçudo. Foi mais ou menos assim que começou tudo.
Eu comecei a perceber depois de uns 2 anos que eu já tocava, que aquilo pra mim já era muito mais do que amor pela música eletrônica e pela discotecagem, que eu precisava aprender mais, tocar em mais lugares, produzir as minhas próprias músicas e viver daquilo. Comecei a investir no meu marketing, criei uma página no Facebook e comecei a levar tudo muito a sério. Tanto, que depois de um tempo eu firmei a minha residência na Sunset Sessions, o que me incentivou mais ainda. Tenho certeza que a partir daí que eu comecei a tratar tudo com muito mais profissionalismo.
Como nasceu o amor pela música?
Bastante por influência do meu pai, ele sempre escutava muito rock e disco. Acho que desde pequeno eu sempre fui bastante ligado na música, teve uma época que eu aprendi a tocar violão também, e sempre escutava muito hip hop no meu toca fitas. Foi consequência tudo, tenho certeza.
O que a música significa para você?
Eu vivo pela música. A música me movimenta, é o meu combustível para tudo.
Desde que eu comecei a tocar eu já fuçava no Ableton, tentava fazer uns remixes e tal, mas nada muito a sério. Acho que foi em 2014 que eu senti a necessidade de dar um outro passo, de fazer algo diferente além de só tocar. Eu precisava aprender a produzir, mas antes disso precisava terminar a minha faculdade, pois me consumia 100% do meu tempo, e em 2015, quando eu já estava nos finalmentes da minha faculdade, eu fiz o curso de produção musical na AIMEC de Porto Alegre, e daí comecei.
Já teve suporte de outros DJs? Quais?
Já, sim, com certeza. Dê início, não tenho como não citar os meus brothers Bergesch, Mezomo e Gabriel Barros. Desde o início me apoiaram, e isso sempre foi recíproco. Também tive apoio de um DJ das antigas, que nos anos 2000 era quem organizava a famosa Viptronic e era dono da Five (um antigo club de música eletrônica que tinha em Santa Maria), o Seco Mânica, uma baita pessoa que sempre me deu muita força.
O que representou para você isso?
O apoio de outros profissionais e amigos sempre é muito importante, a gente se sente mais seguro de algumas coisas, de algumas decisões e tudo mais. A família também é de extrema importância, sem o apoio da família e de quem a gente ama acredito que a coisa não anda, mesmo! O apoio é essencial.
Nos conte sobre o lançamento do seu primeiro EP!
Bom, aconteceu de uma maneira super natural, eu acredito. Eu postei uma das minhas tracks no Soundcloud em agosto de 2015, e em seguida, em setembro, um brother chamado Dániel Pásztor, representante da Plusquam Records, gravadora Alemã, entrou em contato comigo pela minha página no Facebook. Conversamos e ele me fez a proposta de eu lançar um EP pela gravadora. Aceitei, e em fevereiro desse ano o meu primeiro EP foi lançado com duas tracks minhas Original Mix. Foi bem legal e eu estou ansioso pelo próximo lançamento. Confira um trecho do EP:
Qual é o estilo musical que você mais escuta por prazer?
Techno.
E para compor os seus sets, qual é o estilo musical que você prefere? Por que?
Techno. O Techno é um gênero que me representa, eu acredito. Esse gênero toca os meus sentimentos de maneira introspectiva, viajante, que faz o meu coração bater mais e refletir sobre tudo, acho que é isso. Eu amo Techno.
Qual é o seu DJ preferido?
Mano Le Tough.
Se você pudesse fazer um B2B com qualquer DJ, qual seria? Por que?
Sem dúvida, Mano Le Tough. Eu acho esse cara sensacional, um DJ versátil, que nunca perde a postura, nunca apela, e tem uma visão muito moderna nas suas produções e na hora de tocar. Sem dúvida, seria ele, e te falo em desafio que seria.
Acho que o meu sonho de ter um futuro promissor nessa carreira, de dar orgulho para o meu pai, que já não está mais aqui conosco, e para a minha mãe, que sem dúvida é responsável 100% por tudo isso, e as outras pessoas que eu amo. Também, o amor e o respeito absurdo que eu tenho pela música eletrônica, e a vontade incessante que tenho de melhorar sempre e trazer o melhor para o público. Isso eu tenho certeza que é a minha inspiração.
Quero ao longo do ano produzir mais umas 10 tracks, boas, e tentar lançar por diferentes gravadoras. É um bom desafio, mas vamos lá. Quero também me mudar de cidade com a minha namorada, sair do interior e ir para um grande centro, é um sonho isso também. Quero muito me inserir no mercado de SC e PR, o quanto antes, estou constantemente em contato com amigos de lá e a ansiedade só aumenta para mostrar o meu som mais vezes por lá. E por último, entrar para o casting de alguma agência, sonho com isso, e quem sabe também, abrir um projeto de música eletrônica meu. Vamos em frente!
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