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Entrevista com o DJ Thiago R. - Produtor da festa LIFE em Montenegro/RS

maio 05, 2015portalundergroundbrasil@gmail.com



Entrevistamos o DJ gaúcho Thiago R, criador da Festa LIFE que ocorre na cidade de Montenegro/RS e vai realizar a festa de 5 anos dia 9 de maio de 2015!

DJ desde 2009, seus sets são construídos com tracks de Tech House e Techno, cheios de groove. Convicto em seus gostos, este é o estilo de som com o qual ele mais se identifica, nunca mudou e não se vê tocando algo diferente.

Para ele, a música é o que move o mundo, expressa sentimentos, angústias, revoltas, alegrias e muito mais, é uma maneira de conhecer e unir pessoas. Com a produção da festa LIFE, Thiago realmente transforma um pouco o mundo à sua volta!

A LIFE, festa produzida por Thiago R e sua equipe, tem o orgulho de nunca ter se vendido para o som comercial - sempre respeitando que optou por esse caminho - mesmo passando por dificuldades para chegar até onde chegou. A festa é fruto de muito trabalho e esforço.

Uma festa com o objetivo que nunca foi financeiro, mas sim, sempre foi feita pelo público e pela música, sempre tentando levar um som novo e de qualidade para uma cidade que até então não tinha opção para quem quisesse curtir uma festa com um som conceitual.

Thiago faz parte de uma equipe que respira essa festa, que ama e se orgulha de fazer parte disso, e essa é uma das coisas que faz a LIFE ser diferente e tão queria por todos.

A LIFE já uniu muitas pessoas, e essa edição promete ainda mais! Confira a entrevista completa, mas antes, que tal ir curtindo um set do Thiago R. B2B Nanico enquanto lê a entrevista?



Quando foi o início da sua carreira?
Em 2009.

O que te levou a querer ser DJ?
Não era amante de e-music e na infância sempre fui apegado ao Rock & Roll. Então alguns amigos começaram a incentivar para ouvir e-music e um deles (o Zanatta) começou a me incentivar para fazer um curso da AIMEC que ia acontecer na Save. Não tinha a mínima noção, mas o professor era um cara que não estava de brincadeira e deixou claro que não queria perder tempo com quem não quisesse se dedicar 100% ao curso. Foi nesse momento que fui me encontrando cada vez mais e na segunda turma já fui chamado para ser monitor, considerado por Dennis Rocha - então professor - como uma revelação.

Como foram as primeiras festas que tocou?
A primeira festa que toquei foi na minha formatura. Antes da apresentação passei 3 dias sem dormir, na época fumava bastante devido ao nervosismo e não conseguia comer nada, apenas treinava. Comprei os CDJ no Paraguai e arrumei um mixer emprestado. Lembro que era pra tocar 15 minutos mais acabei treinando por 3 dias a anotava inclusive os segundos em que tinha que dar o play nas músicas. Sempre fui obsessivo e perfeccionista com as coisas, mais no final deu tudo certo, graças à Deus.

Quando começou a tocar profissionalmente?
Logo depois, comecei a fazer eventos e tocar profissionalmente. Brigava com unhas e dentes para conquistar meu espaço em meio a tanta gente que já estava há muitos anos na ativa.

Como foi o seu primeiro contato com a música eletrônica?
As primeiras músicas eletrônicas ouvi por intermédio de 3 amigos: o Pilger, o Zanatta e o Xuxa. Quando estourava os graves na música eu tinha vontade de sorrir e sabia que iria querer aprender mais sobre isso.


Como nasceu o amor pela música?
Desde a infância, quando morava no interior de Montenegro. Nem todos os dias passavam carros por lá e cada vizinho morava a 2km, mais meu tio levava seus CDs do AC/DC e Ozzy no final de semana, e foi onde a música começou a fazer sentido.

O que a música significa para você?
A música é um modo de expressar os sentimentos, angústias, revoltas, alegrias e tudo mais. Através da música conheci melhores amigos, minha esposa e me conectei sempre com o mundo. A música é o que move o mundo!

Qual é o estilo musical que você mais escuta por prazer?
Rock & Roll e música eletrônica (Tech House e Techno).

E para compor os seus sets, qual é o estilo musical que você prefere? Por que?
Tech House e Techno. Meus sets sempre são cheios de groove e sempre toco no mínimo 2 tracks ao mesmo tempo, nunca uma sozinha. Esse é o estilo de som que mais me identifico, nunca mudei e não me vejo tocando algo diferente, independente da modinha da vez.

Se você pudesse escolher uma música como a melhor música de todos os tempos, você escolheria?
Uma música me acompanhou durante todos esses anos que eu e meus amigos chamávamos de hino. Gabriel Rocha – Mr Toad. Ela retrata 100% o que é meu estilo de som e nunca vi ninguém tocando ela na pista.


Você se espelha em algum DJ?
Richie Hawtin.

Qual é o seu DJ preferido?
Richie Hawtin.

Se você pudesse fazer um B2B com qualquer DJ, qual seria? Por que?
Richie Hawtin, acho que se tivesse uma oportunidade dessas algum dia, certamente não iria dormir por semanas treinando 24 horas.

Qual (ou quem, ou o quê) é a sua maior inspiração?
Também ele, Richie Hawtin. Tenho visto muita gente criticar algumas atitudes dele nos últimos tempos e até ouvir que ele é um underground comercial, doido varrido, etc. Na real respeito todos pontos de vista até porque cada um tem o seu gosto!
O que ninguém consegue tirar dele é a história que ele tem dentro da música eletrônica, o quanto ele é reconhecido por isso, e como ele ainda consegue inovar após tantos anos e tantas mudanças. A pergunta que sempre faço antes de criticar alguém é: Será que eu tenho bagagem suficiente para dizer isso?


Você produz? Pretende produzir?
Já fiz curso de produção com o mestre Cezar Funck, esse cara é realmente foda!
Mais não me identifiquei muito e foi numa época que eu tive muita paciência o que não é diferente de agora também. Não pretendo produzir.

Qual foi o melhor momento da sua carreira?
Um grande momento da minha carreira foi ser reconhecido na serra gaúcha em Caxias. Lembro que a primeira oportunidade quem me proporcionou foi o DJ Ander Oliveira e algum tempo depois eu fui chamado pelo Fran Bortolossi para tocar na COLOURS. Me orgulho muito de nunca ter feito troca de datas, e nem ter pedido para tocar nos lugares. Sempre fui lembrado por um som considerado pedrada.

Sobre a festa LIFE

Há quanto tempo ocorre a festa?
Ocorre a 5 anos.

Quantas edições já houveram?
Da LIFE em formatos maiores e menores foram 15 edições. Mais sempre tivemos diversos projetos paralelos rolando até 2013 com muitas edições também.

Como foi o início da LIFE?
A LIFE começou pequena, line entre amigos numa festa de amigos na época em que eu e o DJ Luiz Piu fazíamos a Clinic e a Pirâmide festival. A Life surgiu devagar e foi ganhando espaço aqui na cidade de Montenegro onde a música eletrônica era coisa de otário, alienígena. Foi muito difícil introduzir isso na cabeça do público da cidade, pois falávamos que iria tocar outros tipos de som só pra galera ir e quando chegavam e me questionavam, eu dizia que já tinham tocado no início da noite. Foi um trabalho árduo de formiguinha, ainda bem que não desistimos, porque motivos tivemos e muitos.


Por que resolveram fazer uma festa?
Principalmente por 2 motivos: Trazer uma novidade para as pessoas da cidade, pois eu achava que elas precisavam evoluir assim como eu musicalmente independente do quanto iríamos ter que batalhar por isso e também para ter o próprio espaço e mostrar o quanto eu me esforçada para evoluir como DJ.

Como foi o crescimento da festa?
A LIFE começou acontecendo com edições a cada 21 dias. A primeira bombou, a segunda já foi menor e as que vieram na sequência foram complicadas, algumas desastrosas. O som nunca foi comercial, e sempre a vertente principal da festa foi techno e tech house. Então algumas pessoas que vieram no início da festa se assustavam, inclusive com os afters que duravam 2 dias!!
Com o passar dos anos a festa foi evoluindo, sua organização e a galera foi assimilando a ideia da música e começou a fluir melhor. Mas nunca foi fácil e até hoje não é, porém o que nos deixa muito orgulhosos é o conceito de música que criamos nesse micro cenário local. Aqui o comercial não tem vez, e temos exemplo de algumas festas que tentaram pegar carona nesse movimento e nem arrancaram.
O grande lance da festa também é a excelente localização da cidade de Montenegro, pois ela está no meio de tudo e fica muito fácil vir de Caxias, Farroupilha, Porto Alegre, NH, São Leopoldo, Lajeado, etc.
A quantidade de pessoas que vem desses lugares e frequentam a LIFE é muito grande e em várias edições chegou a ser maior que o público local. Me emociono de lembrar as amizades que fiz em função da festa.

Qual era a expectativa de público no início x agora?
No início quem acompanhou sabe o quanto foi tenso, pois era um teste cardíaco a cada edição. As últimas já foram mais tranquilas e agora como passamos mais de 1 ano sem fazer LIFE a expectativa está à mil. Já temos muitos ingressos vendidos, como em nenhuma edição anterior e o comentário esta muito forte na cidade principalmente.

DJ Ingrid na Life

Quais foram as principais atrações até agora? Quais foram as mais bem aceitas pelo público?
Aninha, Ingrid, Vivi Seixas, DJ ANNA, Loulou Players. Graças a Deus todos os DJs que passaram por aqui - independente do estilo musical - foram muito bem aceitos pela galera, pois a galera daqui aprendeu a respeitar o DJ como deve ser respeitado. Também os line-up sempre foram escolhidos a dedo.

Por que a escolha da Eli Iwasa para esta edição? Quais foram os critérios de seleção?
O fato dela não tocar no RS a 4 anos conforme informação da Entourage, o fato de ser mais uma mulher que manda um som foda de respeito. A Eli Iwasa não quer ficar aparecendo, ela é alguém que da play e senta a mão, toca sonzeira. Todas as meninas que passaram por aqui foram idolatradas e com ela não vai ser diferente.

Quais são os critérios de seleção para escolha das atrações?
Os únicos critérios são as qualidades sonoras e a postura do DJ como profissional, como ser humano. A LIFE é uma festa de amigos, e muitos desses amigos considero sempre com os melhores DJs do estado mesmo que muitos deles não toquem o tempo todo ou não trabalham sua imagem.

Quais são as perspectivas para o futuro da LIFE?
Nossas perspectivas não são de empilhar uma edição em cima de outra até por questão de tempo para isso, mais sempre que elas acontecerem novamente serão para impressionar as pessoas e trazer novidade. Temos uma equipe mais madura e muita gente comprometida apoiando e vamos focar em 3 edições por ano daqui pra frente.


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