DJs Vini Pistori

O DJ Paulista Vini Pistori fala sobre Vida e Carreira em Entrevista

janeiro 19, 2016portalundergroundbrasil@gmail.com


O paulista Vinicius Bittencourt Pistori, conhecido como Vini Pistori, contou para o Portal Underground um pouco sobre a sua vida e sua carreira, sobre tudo o que o levou até ser o DJ que é hoje.

Com um interesse na música eletrônica que remete aos seus 10 anos de idade e tendo passado por desvios em uma carreira como jogador de futebol, Vini se estabeleceu como um DJ de Techno e House Progressivo que se apresenta nos melhores clubes do Brasil (D-Edge Pacha, Anzu, Morocco Dinning Club, Taikô Beach Club (SC), Café dela Musique (São Paulo e Jurerê Internacional), Café Beach Club - Guarujá, Club A SP, Mono, Confraria das Artes(SC), Tostex (Trancoso-BA), Target, Manga Rosa, SPKZ, Club Kraft, Sea Club, Café del Mar, Enjoy(SC), Vive la Vie, Sonique, Unique Party Barcelona - São Paulo, URBR Sessions, Sundaze, Epidemic, entre outros), ao lado de grandes nomes da cena nacional e internacional.

Vini Pistori no Facebook

Confira o podcast gravado exclusivamente para o Portal Underground por Vini Pistori:


Quando teve início a sua carreira?

Eu iniciei minha carreira exatamente aos 17 anos de idade, mas já brincava em festas de amigos com 15 anos.

O que te levou a querer ser DJ? 

Eu sempre andei com uma galera mais velha do que eu, como morávamos todos no mesmo prédio e eu convivia com eles, ouvia eles falando do "putz, putz"; isso foi por volta dos anos de 1997 e 1998. Eu tinha uns 10 anos de idade e fiquei curioso. Então quando eu tinha por volta de 11 anos, esses amigos me convidaram pra ir em uma matinê e posteriormente com 13 anos fui pela primeira vez em um club e só havia lá gente mais velha do que eu. Consegui entrar pois um dos meus amigos era frequentador assíduo de casas noturnas e tinha amizade com promoters, inclusive um deles faz eventos até hoje e viramos grandes amigos.

Enfim, eu conheci a música eletrônica através de artistas como Nicki French entre outros dessa época. Eu escutava muito CDs de rádios que faziam um compilado das melhores e mais tocadas. Saindo nessas matinês, um amigo começou a organizar festas e então eu sempre estava lá, e foi aí que tudo começou. Inicialmente conheci o drum'n'bass através do DJ Marky, que inclusive me deu umas dicas um dia conversando com ele em uma das matinês. Mas o verdadeiro amor pela música no sentido de querer fazer aquilo profissionalmente foi em 2003, quando eu fui ao Skol Beats. Ali eu me encantei por todos estilos de música, mais especificamente o trance que estava em alta na época e o techno. Eu fiquei passeando entra as tendas Gatecrasher, The End e Bugged Out, onde vi e gostei demais do som do Dave Clarke, Dave Seaman, Mariu Piu e do Leozinho com o Paciornick.

Depois disso comecei a pesquisar, escutar a rádio e gravar fitas dos programas a noite, e durante o dia não saia da galeria 24 de maio, onde os grandes DJs de São Paulo tinham loja e sempre se encontravam por ali, inclusive DJs de outros estados também. Nessas idas ao Skol Beats, até o ano de 2007, eu assisti uma apresentação do Hernan Cattaneo e na sequência 8 horas de B2B dos DJs Sasha & Digweed, e foi ali que decidi que queria tocar aquela linha de som, com melodias e grooves diferentes.


Como foram as primeiras festas que tocou?

As primeiras festas foram de amigos e depois através de uma amigo promoter que me indicou para uma residência em um club.

Quando começou a tocar profissionalmente? 

Comecei a tocar profissionalmente em 2006. Durante toda essa história, eu percorri um sonho de todo menino que era ser jogador de futebol. Comecei a jogar com 13 anos em um club menor e com 14 anos fui para Portuguesa, e no ano seguinte tinha como objetivo ir para o meu time do coração, o Corinthians, mas Deus têm planos diferente pra nós. No início do ano de 2005 sofri uma lesão e fraturei um osso da perna, tive que colocar pino e passar por cirurgia. Após isso o sonho acabou e fiquei com receio de voltar a jogar, foi então que entrei de cabeça no meu grande amor que é a música e a cada dia amo mais.

Após o acidente, meus pais não quiseram que eu jogasse mais e então fui fazer faculdade e correr atrás da música. Então comecei a trabalhar durante o dia e pesquisar durante o trabalho e quando chegava em casa. Por causa da faculdade e das amizade que fiz lá consegui me tornar residente de um club e tocar em outras casas também. Em 2009 estava iniciando uma subida na minha carreira, a mixmag tinha acabado de chegar no Brasil e eu sai em uma matéria na segunda edição da revista (Uma indicação sobre os artistas pra ficar de olho); estava tocando pelo país inclusive muito na região sul, onde o público é fantástico, sem contar as praias, mas, devido ao amigo meu ter se tornado jogador profissional, conheci algumas pessoas do meio do futebol novamente e me perguntaram se eu queria voltar. Confesso que no começo pensei muito devido a minha lesão e a tudo o que estava acontecendo e no fato de estar fazendo o que mais amo, porém, pra não me arrepender mais tarde, decidi largar a música e como estava acabando a faculdade, resolvi tentar.

Larguei a música no início de 2010 e fiquei longe durante 3 anos. Passei por 2 times do interior de SP com diversas promessas de ajuda e por fim, no início de 2013, fui para o Paraná jogar a segunda divisão, mas com o intuito de me preparar e ir para o Japão jogar. Mas como os planos de Deus são maiores e infinitamente melhores que o nosso, acabou não dando certo, devido ao mercado difícil que é o mundo da bola, assim como o nosso mercado de música, mas acho que um pouco mais difícil ainda. Quando voltei à trabalhar como DJ no meio do ano de 2013, decidi voltar de vez pra música e viver disso. Se você me perguntar se me arrependo de alguma escolha que fiz, eu digo que não pois foi tudo um grandioso aprendizado e aprendi a valorizar as mínimas coisas da vida, pois passei diversas dificuldades com alimentação em clubs pequenos e falta de dinheiro também. Mas graças a Deus saí vencedor.


Como nasceu o amor pela música? 

Meu amor nasceu depois da sequência de sets do Hernan Cattaneo e Sasha com John Digweed no Skol Beats. Apesar de não entender a fundo o que era a música eletrônica, eu via o que ela causava nas pessoas e como os DJs conduziam a pista com maestria e criando momentos de alegria, felicidade, relaxamento, pensamento, entre outros. Uma história era contada através daquelas horas e vivamos e fazíamos parte de cada momento daquela história.

O que a música significa para você? 

A música significa tudo. Assim como todos os momentos da nossa vida significam algo, a música também sempre mexe com qualquer ser humano e isso é demais, porque através da música podemos mostrar nossa personalidade. Eu não imagino o mundo sem música, seria triste.

Qual é o estilo musical que você mais escuta por prazer? 

Eu ouço desde música gospel, jazz, chill out até música clássica (isso porque minha mãe diz que colocava desde que eu me mexia na barriga dela, porque eu sou pouco agitado "rsrs". E acredito que isso tenha me influenciado até os dias de hoje pois continuo escutando, mais orquestra) mas confesso que sou meio "viciado" na linha de som que toco, que é o Techno.

E para compôr os seus sets, qual é o estilo musical que você prefere?

Meus sets sempre são de techno e house progressivo, sempre com melodias e também procuro colocar algumas coisas diferentes. Eu acredito que através das melodias podemos despertar mais sentimentos.

Se você pudesse escolher uma música como a melhor música de todos os tempos, você escolheria?
Eu escolheria várias, mas algumas que me marcaram muito foram

Tomaz vc Filterheadz - Sunshine


Der Dritte Raum - Hale Bopp


Chicane - Don't Give Up


Você se espelha em algum DJ? 

Admiro muito Hernan Cattaneo, Sasha, John Digweed, Solomun e Carl Cox. Qual é o seu DJ preferido? Tenho alguns, mas não posso deixar de citar Solomun pela versatilidade. 

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