Anhanguera DJs

Espaço Sentando a Lenha 006 - #sentandoalenha podcast + entrevista com o duo Anhanguera

maio 25, 2016portalundergroundbrasil@gmail.com

Entrevista e podcast feitos pelo núcleo Sentando a Lenha com o duo Anhanguera:




O duo Anhanguera, formado por Décio Deep e Dudu Palandre é um dos principais nomes da cena house nacional. 

Desde 2004 na estrada, o Anhanguera acumula uma variedade de releases em selos internacionais como Robsoul (França), Guesthouse (EUA) e Tango (EUA) e é destaque frequente em charts de lojas especializadas como stompy e traxsourse. 

Falamos com Dudu sobre sua primeira gig como Anhanguera, sobre produção, a cena nacional e é claro sobre música. Confiram o set e a entrevista do duo que é sinônimo de som cheio de groove e pista cheia.



SaL: Olá Dudu, sejam bem vindos ao #sentandoalenha podcast. Com mais de uma década de carreira o Anhanguera já passou por muitas pistas, mas lembrando lá do inicio, como foi sua primeira gig?

Dudu: “Ok, vou falar de Anhanguera, porque minha primeira gig solo foi há mais 20 anos (risos).

Pra ser bem honesto, não lembro muito bem onde foi nossa primeira apresentação, sinal da idade (risos)… mas creio que rolou em Ribeirão Preto, de onde viemos. Com certeza foi bem mais despreparada e sem o introsamentos de hoje em dia, mas teve muito house e groove.”

SaL: Nessa época vocês já produziam? Quais eram suas referências para suas produções ou para montar seus sets?

Dudu: “Sim, o Anhanguera nasceu já com a dupla fazendo sets e trabalhos no estúdio. Tanto que em 2005 já saiu nossa primeira música numa compilação da MTV, a AMP.

Décio já é meu amigo há uns 25 anos. Sempre ouvíamos música em turma, inclusive tocamos em dupla algumas vezes antes do Anhanguera, então tínhamos as mesmas referências de house, garage, produtores da frança, além de disco e funk. 

Eu estava com a mão um pouco mais pesada, pois gostava muito de techno e coisas mais techy também. Décio já estava numa onda mais ‘San Francisco’ na época - soulful e deep.

O que fizemos foi encontrar a nossa identidade, onde tudo se encontrava, e assim atingimos a assinatura do nosso som, que carregamos até hoje, e que muitos chamam de ‘jackin’.”

SaL: Hoje a música eletrônica atingiu um patamar de popularidade muito diferente dos tempos de quando o Anhanguera começou. Quais as principais diferenças que vocês percebem na cena de quando começaram para hoje?

Dudu: “Melhorou o cachê e os hotéis (risos).

Falando sério - sim, olho tudo isso hoje e ainda me surpreendo, mesmo me sentindo meio ‘tio' quando menciono como tudo mudou. 

Costumo brincar que somos da época em que falar que era DJ pro pai da namorada era decretar o fim do relacionamento. 


Hoje ser DJ virou cool, até demais. Passou dos limites e fez muita gente oportunista tomar espaço. Fico até feliz que a nova onda agora é ser chef de cozinha (risos).

Por um tempo não foi fácil. Quando a onda minimal e electro invadiu, chegamos a ficar sem gigs por um bom tempo e pensei muitas vezes em desistir. Mas depois da tempestade sempre vem a bonança. Hoje em dia, público e contratantes tem uma visão mais caleidoscópica, 360 graus, em relação à estilos e tendências.

Do lado positivo, tudo é mais profissional hoje, como brinquei no início. 

Somos tratados como qualquer outro gênero de artista, as agências fazem um bom trabalho de suporte, as pessoas estão muito mais interessadas e respeitando o trabalho do DJ. 

Existe muito mais mercado, produtos e serviços ligados à profissão. Fico feliz e digo com muito orgulho, muito mesmo, que passamos por todo esse tempo e ainda conseguimos nos manter “quentes”, interessantes ao público que já mudou de década. 

SaL: Passamos por um bom momento na cena com a valorização dos artistas nacionais. Com quais nomes da cena nacional vocês gostariam de trabalhar?

Dudu: Puts, não gosto de fazer essas listagens. Acho tão injusto, sempre fica gente de fora. Posso ressaltar o trabalho de amigos antigos aqui do interior que ganharam as metrópoles como Selvagem e Gop Tun. Agora, tem diversos artistas que gosto e respeito muito e sempre fico de olho/ouvido, da antiga e nova geração. 

Estamos trabalhando em um EP com o Gabe, por exemplo, unindo nossa linha “house maloqueiro” com a visão mais “rave” dele. Com certeza, o Brasil vive uma grande fase em gama de talentos e eu, pessoalmente, procuro observar aqueles que tem estilo e personalidade próprios, sem se ater à fórmulas e modismos.

SaL: Para finalizar, qual a música que mais surpreendeu vocês no último ano?

Dudu: Nossa, taí outra pergunta difícil (risos). Foram tantas que gostamos e tocamos muito. Mas vou encarar essa: Art of Tones - The Rainbow Song


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