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Nezello fala sobre carreira, produções, inspirações, e mais!
julho 28, 2017portalundergroundbrasil@gmail.com
Confira a entrevista exclusiva do Nezello para o Portal Underground, onde ele conta sobre sua trajetória na música eletrônica, no mundo da produção musical, inspirações e muito mais.
E que tal ler a entrevista curtindo o seu mais novo podcast?
Como foi seu início na música eletrônica?
Ajudava no comércio da família desde os 10 anos, sempre gostei da e-music e aos fins de semana por ser um comércio alimentício era onde dava mais movimento, era um sobrado, aos domingos eu colocava minhas caixas de som na sacada ao máximo de volume e fazia uma pré seleção para ficar lá tocando a manhã inteira antes de descer para trabalhar, com isso percebia que aumentava o fluxo de pessoas parando pela música ter chamado a atenção das mesmas, também de pessoas que talvez naquela época não entendessem o que seria a música eletrônica, mas com o contexto comecei a perceber que aquilo de alguma forma deixava as pessoas curiosas e querendo estar perto da música… Lá pelos 15 anos comecei a ter aulas com o Jeison Torres, considerado na época um dos melhores Djs de Santa Catarina, para mim tenho esse know-how dele em mente até hoje… o cara é bom mesmo! Comecei minhas aulas no vinyl, fui aprimorando de equipamento por equipamento, até que surgiu meu primeiro convite: “Quero que você seja o Dj da minha festa!”… Abandonei a carreira de futebol que praticava desde os 7 anos e entrei de cabeça nesse universo incrível.
Quanto tempo depois de começar a tocar você começou a produzir, e como foi essa transição?
Após estar 5 anos atuando no mercado da música, tudo foi se encaminhando para uma forma mais profissional mas sem perder o amor pelo que move meus pensamentos e alma, junto com a experiência desse nicho de atuação vi que precisava de mais, de uma forma mais ampla queria expor o que sentia de forma musical, expressar meus sentimentos, sejam os alegres, aflitos, tristes, quais quer que sejam, realmente expor o que sinto no momento em que estou escrevendo um contexto entre notas, melodias, tudo que envolve cada canção. Penso comigo que a música tem que ser sentida, você expor e se conectar com pessoas de mesma sintonia que a sua, é grande a vontade de ser lembrado pelo que você é e principalmente pelo momento que você escreveu na história de cada pessoa.
Albuquerque e Haustuff, duas pessoas que foram fundamentais para esse processo… Certo Warung da vida, mais preciso no Garden perto das 3am Ricardo Albuquerque depois de tocar foi pra pista e ali no meio da noite acontecendo me solta essa: “Higor, me vejo em você a alguns anos atrás, vejo tua disposição e a forma como encara sua carreira, depois que comecei a estudar e me dedicar mais a música tudo fluiu, tens que ir pra Curitiba e estudar com o Nego/Gone/Haustuff/Guilherme (4 nomes em uma pessoa, risos…), ele é nosso professor e meu sócio no Radiola, vai te ensinar muito!… Tenho/tinha na época uma visão do Albuquerque como um ídolo e escutar isso vindo dele foi o “choque” que precisava para cair a fundo nos estudos e próximos passos, não imaginei que ao conhecer Gone iria encontrar nele o cara mais empreendedor que conheço e um profissional digno de respeito por todos a sua volta, tem sido um pai na música que a vida me deu nos últimos tempos.
O que vem saindo nas produções serão mantidas em segredo, acredito que tudo na vida deve ter o seu momento, vejo que tenho muito a que evoluir, nunca saberemos de tudo, mas quando eu sentir que é "o momento", irei lança-las em um álbum algumas das faixas que tenho concluídas, sendo uma história única divida por capítulos.
Qual é o estilo musical, ou estilos, que fazem parte dos seus sets e produções?
Depende muito o ambiente de atuação, procuro ter um sentimento da alma e expor um lado mais espiritual do Nezello, busco sentir bem o feeling mesclados ao calor de pista, conectando o meu momento olhando e refletindo nas músicas o olhar de cada um a minha frente. Nas produções procuro expor o que venho passando, sentimentos, minha vida (pensando bem, deve ser por isso que estão confusas últimamente, vida ta uma turbulência, risos…).
Gosto de passear entre house, tech house, progressive house e techno, em uma essência tribalista.
Como foi o seu envolvimento com os estilos da música eletrônica até você definir o seu estilo atual?
Se prestar atenção, bem adentro em cada música conseguimos traduzir ela em imagem e sentimentos em nosso subconsciente, busco exatamente isso sendo o Nezello artista buscando a essência do Higor para expor a todos que estivessem comigo enquanto me apresento, sou muito do “sentir” e gosto de fazer essa transmissão, o que toco/apresento hoje é reflexo do que tem me conectado a outras pessoas.
Qual a sua principal inspiração na carreira?
Admiro muito pessoas alegres e com energias inesgotáveis que hoje são referências por terem feito a diferença de alguma forma na vida de alguém, seja na música, projetos, sonhos realizados que influenciaram a vida de terceiros… Reflexo disso consigo enxergar bem na dj Aninha, mais conhecida como a “rainha brasileira da música eletrônica”, agora sendo minha sócia em um projeto em conjunto tenho mais contato e de certa forma diariamente com ela, a cada dia a pessoa/artista que ela é e transmite a todos a sua volta é algo contagiante, como ela mesmo fala: "não quero ser famosa, rica, quero ser lembrada, ser uma referência para alguém, só.” Busco ser inspiração/referência para alguém, isso me move todos os dias ao acordar e ao dormir com uma leve pergunta: “Consegui dar o meu melhor por mais um dia?”… Tem sido difícil, mas nada na vida vem fácil, sigo na luta constante.
Qual a gig que mais te marcou, e qual a pista que ainda quer tocar?
Warung Tour no Sonnora Club, em Lages-SC, club no qual sou residente a um bom tempo e tenho o maior respeito e admiração por tudo que me proporcionaram e o que levam de conhecimento para seu público, foi uma noite inesquecível!
Aonde sonho tocar é algo meio relativo, acredito que cada ação consiste em ter uma reação, sendo assim na medida que faço alguma coisa pelo Nezello, isso move para que a outra parte do processo aconteça, sonho em tocar em vários lugares pelo mundo inteiro (sonhar ainda é gratuito, rss), mas pra isso preciso estudar, entender, estudar, ralar, colocar em prática, estudar… Um longo percurso pela frente.
Quais os planos para 2017?
Ter uma carreira sólida, seja ela em meio a arte, música e moda…
Tenho em sociedade com meu irmão, Sharles Nezello uma loja de vestuário voltada a moda que se chama Turn, nesses quase 5 anos de mercado nos estruturamos e conseguimos traçar um método de trabalho que possa se perdurar por um bom tempo, obvio nunca tirando a atenção dela, pois o mercado muda a cada instante, mas agora achamos o ponto que ela deve seguir e o mesmo é linkada com a e-music fazendo a junção com o projeto Nezello e Seas, daqui pra frente temos em mente em alimentar o que fortalece a marca, moda, música e arte.
Com a Seas, label que engloba várias plataformas no meio da música e arte, hoje tenho amigos e sócios no projeto, Sharles, Aninha, Luiz e Iuri, somado a um time também de grandes amigos e residentes da marca que abraçaram o ideal de forma impar e com muito amor, isso tem feito total diferença, nos quais todos queremos fortalecer cada laço humano que circula por ela, podendo aos poucos tornarmos uma estrutura sólida e que possamos levar para muitos outros lugares transmitindo nossa cultura na qual, sendo nosso habitat e o amor pela música a maior fonte de inspiração. Nos próximos meses tem muita coisa para acontecer.
E o maior objetivo agora para 2017 é focar 100% no Nezello, correr contra o tempo, seja ela em pesquisas, materiais, e produções que ficaram pendentes. Apostando muito nesse novo ciclo que está se iniciando para mim.
Ao fim, quero daqui alguns anos que eu olhe para trás e veja que tudo foi construído passo a passo com muito esforço e sem atropelar ninguém, vendo que tudo valeu muito a pena, me orgulhando de minha história e quem saiba assim, um dia possa ser referência para alguém.
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