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VAntônio
VAntônio celebra grande momento na carreira: falamos com ele!
maio 10, 2018portalundergroundbrasil@gmail.com
Multifacetado, assim podemos dividir VAntônio, projeto artístico comandado por Vinicius Antônio que se desdobra também no comando do MIDITerapia, série de cursos que leva ensinamentos sobre produção musical para diferentes partes do Brasil.
Os últimos meses representam um período de bastante movimentação na carreira de Vinícius. Além de deixar em definitivo seus trabalhos fora da música eletrônica, ele intensificou o processo de produção de seu álbum que deve sair nos próximos meses pela D-EDGE Records. Paralelamente a tudo isso, gigs em São Paulo, Maranhão, Rio Grande do Sul, Paraná e outros cenários importantes da dance music nacional.
No próximo sábado ele é uma das atrações do aniversário de 3 anos da Beat on Me, festa de Farroupilha que tradicionalmente ocorre no Muinho. Antes disso, convidamos VAntônio para responder algumas perguntas que giram em torno desse momento especial de sua carreira. Confira:
Olá, Vantônio! Tudo bem? Suas recentes experiências em solo gaúcho já o credenciam para responder essa pergunta: o que só as pistas do Rio Grande do Sul tem?
Receptividade e o apetite pelo novo que me permitem sempre tocar como se estivesse “em casa” e com liberdade de apresentar meu trabalho, das músicas mais “dance friendly” até trabalhos com uma estética mais experimental.
Sabemos que nos últimos meses você ficou imerso no processo de finalização do seu álbum. Em termos de aprendizado, o que esse período representa pra você?
Por ser meu primeiro álbum decidi realizar todo o processo, incluindo pós-produção. Desta maneira, além do conceito, criatividade, teve também a parte técnica principalmente com mixagem e masterização. Além do aprendizado técnico que inevitavelmente teve que se aperfeiçoar muito em função desta decisão, aprendi principalmente, que no meu caso isolamento (Whatsapp, Instagram e telefone por exemplo) é necessário e benéfico para o processo criativo. Depois deste trabalho tenho “praticado” mais este isolamento que me traz além de produtividade, menos ansiedade.
Sua ligação com a marca D-EDGE tem se intensificado mais e mais. Quão importante club e staff tem sido para o seu desenvolvimento?
Sim, é verdade: já tem quase um ano que estou lá (às vezes parece mais), o contraste neste período é evidentemente positivo e a importância fundamental. Além de maior visibilidade, experiência em novas cidades, festivais e situações, o lado artístico amadureceu muito. Um exemplo prático é o álbum que eu planejava para 2019 ou 2020, porém foi o Stéfano Cachiello (booker) que me procurou e sugeriu que realizasse este trabalho viabilizando a produção através da label do próprio D-EDGE.
Fora da música, o que exatamente te mantem motivado artisticamente e criativamente? Você é o tipo de produtor que consegue extrair ideias de diferentes situações?
Existe um lado mais óbvio, porém fundamental que é buscar em outras manifestações artísticas referência e inspiração, mas atualmente (e isto tem acontecido de forma espontânea) tenho sido um “Produtor de trilhas sonoras do cotidiano real e/ou imaginado” [risos]: onde imagino que a música é trilha para um filme ou para uma situação real que vivi ou gostaria de viver. Inclusive esta “técnica criativa” permeou toda produção do meu álbum.
MIDITerapia parece ser uma parte bem importante de sua caminhada até aqui. Como tem sido desenvolver esse projeto paralelamente a sua carreira artística?
Sim! Abriu e me abre muitas portas, tanto através do conhecimento que é implícito em um projeto relacionado à ensino quanto a uma compreensão maior de como as pessoas pelo Brasil “enxergam” a música. Ver pessoas de tantas cidades do Brasil que tinham tido pouco ou nenhum contato agora produzindo, aprendendo e se encontrando na música tendo o MIDITerapia como “primeiro passo” traz uma recompensa humana muito forte. Sou suspeito para falar, mas é um projeto de natureza muito nobre e que tenho um amor muito grande.
Se apresentar no formato live exige um esforço ainda maior do artista durante as viagens. Como você faz pra manter tudo em ordem? Quais são os cuidados básicos que você tem com o seu setup em uma gig?
Tive que otimizar bastante o setup pensando em espaço e no que é prioridade de maneira que caiba tudo na minha mala de mão e que não precise despachar. No começo foi mais complicado, mas agora acredito que alcancei um setup com mobilidade, flexibilidade e segurança.
A decisão de se dedicar plenamente a música eletrônica é uma tarefa bastante complicada, principalmente quando há a possibilidade seguir uma carreira "normal". Como foi esse processo pra você? Obrigado por falar conosco!
Na verdade como tem sido [risos]. Ter uma carreira bem estabelecida do mundo corporativo traz vantagens e seguranças principalmente financeiras que uma carreira artística não tem. Além disso, o fato de ter feito esta mudança radical impactou também em outras esferas importantes da minha vida, como em um relacionamento de quase 8 anos. Mas o curioso disso tudo é que pela primeira vez na vida, depois de 35 anos (mesmo com muito menos dinheiro) eu me sinto uma pessoa rica e realizada.
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